Ricardo

Li hoje no jornal A Bola, algumas declarações de Ricardo, guarda-redes do Sporting. http://www.abola.pt/nnh/index.asp?op=ver¬icia=84141&d=1&tema=4
Vou deixar desde já claro uma coisa. Ricardo nunca me encheu as medidas como guarda-redes. Mas considero-o um bom guarda-redes. Bastante acima da média. Tem algumas deficiências, sem dúvida, mas tem também qualidades fantásticas que lhe granjearam muita admiração pelo mundo fora. Simplesmente, eu aprecio um outro tipo de guarda-redes. São gostos... e cada um de nós é um treinador. Ora isto não traz nenhum desprimor para o Ricardo, até porque opiniões de adeptos como eu, valem o que valem, ou seja, muito pouco.
As declarações de Ricardo indiciam duas coisas: a primeira é que ele já percebeu que não tem grandes condições para continuar em Alvalade e mesmo em Portugal. A segunda, é que Ricardo não tem primado pela solidez psicológica, pois se é verdade que ele deveria reagir às críticas com outra força interior que por vezes não demonstra ( as suas declarações provam este ponto de vista ), também não é menos verdade que Ricardo, de há uns tempos a esta parte, é provavelmente o jogador português mais atacado dos últimos anos, quer por certa imprensa, quer por adeptos de outros clubes, quer até, pelos chamados sportinguistas das vitórias, que só servem para vangloriar jogadores quando ganhamos, sendo os primeiros a puxar para baixo os jogadores, quando algo corre menos bem. Por tudo isso, o melhor para Ricardo é sair para algum lado, onde nem o idolatrem, nem o pressionem mais do que ele merece como profissional, isto é, apenas o deixem ser o Ricardo.
Pode ser que assim, ele volte ao expoente máximo das suas capacidades, e os opinion makers mal intencionados, reparem quem ele é na verdade, e comecem a colocar na mesma balança do Ricardo, aqueles que hoje em dia estão em grande, mas que não há muitos anos, foram os principais responsáveis pelas derrotas dos seus clubes e selecção. Que bom era que as pessoas deixassem de ser fundamentalistas da camisola, e julgassem todos pela mesma medida. Mas isso era pedir demais...